Muitas dificuldades são encontradas paras a elaboração de cardápios dos Fenilcetonúricos, incluindo a preparação das fórmulas especiais chamadas de “papinhas” denominadas de ASP e PKU 1(Formulação Láctea Especial), como também , alimentos descritos como possuidores de baixo teor de fenilalanina.
Estes valores são de concentrações empíricas e como não existem no Brasil, as substâncias básicas para a manipulação e confecção das fórmulas destas “papinhas”, fica-se a mercê das importações de tais substâncias e com entraves burocráticos, entre elas, as guias de importação. Os produtos industrializados de maneira geral não podem ser utilizados por não oferecerem informações sobre a quantidade de fenilalanina neles contida, poucos produtos no mercado apresentam baixos níveis de fenilalanina, e também, o nível sócio-econômico e cultural das famílias, dificultando a compra de alimentos e para piorar mais o quadro vem o analfabetismo que muitas vezes nos obriga a desenhar os cardápios na tentativa de tornar compreensível a dieta dos fenilcetonúricos.
No Brasil é recente a decisão do Supremo em trazer nas tabela o conteúdo de concentração de fenilalanina nos alimentos, o que é ao nosso ver, um grande avanço dos nossos dirigentes da saúde pública. Por outro lado, os alimentos incluídos nos cardápios dos fenilcetonúricos, são oferecidos em concentrações modestas.
O resultado de tal manobra é que, as calorias provenientes dos alimentos e que são as máquinas propulsoras do desenvolvimento infantil, estão em déficit. Isto não acontece com países ricos denominados do ” primeiro mundo”.
Uma das conclusões é que, prolonga-se o período de duração da dieta, pois é necessário que ela se mantenha até o desenvolvimento do sistema nervoso, o que se dará por volta dos dose anos de idade, mas é importante ter em mente que não é aconselhável ingerir teores excessivos de fenilalanina, pois seu excesso poderá ainda gerar danos intelectuais nessa fase da vida em que o organismo está em processo de desenvolvimento, podendo levar a criança ainda a crises convulsivas.
Do ponto de vista sensorial, estes cardápios, “papinhas”, são misturas que possuem odor e paladar desagradáveis e a sua ingestão, que deveria ocorrer em pequenas porções durante o decorrer do dia, freqüentemente é feita de uma só vez, com prejuízo na utilização biológica e com aumento da metabolização dos aminoácidos por via oxidativa.
Baixe o PDF e veja mais detalhes. Autora: Letícia Jean do Amaral Arantes